A fisioterapia na atenção primária à saúde (APS) ou na atenção básica à saúde (ABS), como é denominada no Brasil, enfatiza a reorientação de um modelo assistencial, a partir de um sistema universal e integrado de atendimento à saúde.
De acordo com estudos, a inserção do fisioterapeuta na atenção primária ainda é limitada e agravada pelo fato de a destinação de verbas orçamentárias não permitir a inclusão de profissionais que não constem oficialmente na legislação como parte integrante da equipe mínima.
Neste artigo comentamos sobre a importância da fisioterapia na APS, as atividades que o fisioterapeuta pode desenvolver e a formação requisitada. Continue a leitura para saber mais!
O que é atenção primária à saúde?
A “atenção primária à saúde” é internacionalmente entendida e aplicada como um método para organizar a atenção à saúde de maneira regionalizada, sistematizada e contínua, para atendimento às necessidades da população. Para tanto, ela integra ações preventivas e curativas, bem como a atenção a comunidades e indivíduos.
Conforme comentamos, no Brasil, a “atenção primária à saúde” engloba os preceitos da reforma na área fazendo com que o Sistema Único de Saúde (SUS) prefira a denominação “atenção básica à saúde”. Com isso, é enfatizada a reorientação do modelo assistencial, fundamentado em um sistema integrado e universal para atenção à saúde da família.
Qual a importância da fisioterapia na atenção primária?
A “saúde da família” aprofunda os processos de regionalização e responsabilidade sanitária das equipes, que são compostas basicamente por médico generalista, enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agentes comunitários.
Há também a equipe de saúde bucal com um cirurgião-dentista e um auxiliar de consultório dentário. Entretanto, outros tipos de profissionais poderiam integrar essas equipes de acordo com as necessidades da população e com base na decisão do gestor municipal.
A fisioterapia inserida nesse contexto permite que o fisioterapeuta acompanhe de forma mais próxima e responsável a saúde da população por meio de estabelecimento de vínculos, com um acompanhamento contínuo, que pode fortalecer o desenvolvimento de ações preventivas aos pacientes.
Nesse sentido, durante a formação, o fisioterapeuta adquire habilidades e competências que viabilizam a sua atuação em todos os níveis de atenção à saúde, aspecto que tem sido objeto de ênfase, nos cursos de fisioterapia.
Como o fisioterapeuta pode atuar na atenção primária?
Embora minimamente, os fisioterapeutas já atuam na saúde primária com atendimento a grupos populacionais, como idosos, gestantes e escolares, no sentido de orientar sobre higiene pessoal, posturas corporais corretas, exercícios respiratórios, alongamentos e relaxamento, bem como sobre os tipos de marchas.
Com base em informações colhidas por meio de relatos em consultas ambulatoriais ou em domicílios, é realizado um diagnóstico fisioterapêutico e estabelecido um plano de terapia.
O fisioterapeuta interfere na realidade dos grupos por meio da conscientização voltada à reorganização das atividades no trabalho e orientação para suas execuções, visando a redução dos impactos na saúde. Para tanto, são indicados exercícios de resistência e flexibilidade constantes de um programa de ginástica laboral, bem como a utilização de ultrassom terapêutico.
Após o tratamento, o paciente relata ao fisioterapeuta os resultados obtidos. Dessa forma, todo o acompanhamento no atendimento, que inclui ações educativas para a prevenção, demonstra a relevância da fisioterapia no suporte para a equipe da saúde local, em âmbito individual e coletivo.
Qual a formação profissional para a atenção primária?
O curso de fisioterapia — com duração de 4 a 5 anos — prepara o profissional para atuar na prevenção e reabilitação da saúde, por meio de exercícios físicos e massagens, entre outras formas de tratamentos.
Nesse sentido, a formação em fisioterapia já contempla as necessidades de saúde da população e destaca o atendimento às prerrogativas do SUS para a atuação no sistema de forma efetiva e de qualidade.
Conforme verificamos, o papel da fisioterapia na atenção primária é de fundamental importância, já que o especialista atua como um agente promotor da saúde e não somente na reabilitação. Por isso, é necessário enfatizar junto aos gestores de saúde as competências intrínsecas a esse profissional.
Gostou de saber sobre a importância da fisioterapia na atenção primária? Então, leia também outro artigo que publicamos em nosso blog sobre como otimizar a rotina de um fisioterapeuta em 5 passos!